Em 1948, quando se dirigia para o Brasil, onde encontraria sua nova paróquia, na cidade de Bragança Paulista, Pe. Aldo Bollini passou por Portugal. Quando o navio atracou por algumas horas, ele rezou a Nossa Senhora de Fátima, pedindo que o ajudasse em seu novo campo de trabalho. Assim sendo, prometeu dedicar à Virgem de Fátima, todo o seu apostolado e trabalho missionário.
Após anos de trabalho, eis que Nossa Senhora de Fátima, sai de Portugal e inicia peregrinação por diversos países e chega até o Brasil. Padre Aldo, que tinha uma grande fé na Virgem de Fátima, solicita sua visita a Bragança. Na ocasião, ele encomendou, aos coordenadores da peregrinação, uma réplica da imagem que permanece na igreja matriz de Santa Terezinha, e a seus pés repousa o seu corpo. Uma reflexão: “O Bairro do Matadouro já não é o mesmo! Um vazio infinito, uma lágrima sufocada, uma sensação de desmaio, tomam conta de quem visita a igreja Santa Terezinha. Não reina mais o borborinho no pátio, onde dominava a figura querida do Padre Aldo, o vigário de batina preta, curta e surrada, botinas velhas, mãos calosas e barbicha que ele afagava, carinhosamente, num gesto muito seu... O que era o Matadouro, quando o padre Aldo aqui chegou? Um povo simples e laborioso, pouco incentivado para as cerimonias religiosas, na rústica capela, de tijolos à vista, erigida no alto do morro. Aos poucos, Padre Aldo revolucionou o bairro... Incentivou as crianças a frequentarem a Igreja, com a crianção das “cruzadinhas”, de uniforme e boinas brancos... as “Filhas de Maria” e “Marianos”, para os adultos.
O time do Legionários passou a alegrar as tardes domingueiras e o estádio era frequentado por inúmeras famílias, que torciam, entusiasticamente. Padre Aldo se pôs a pedir, a exigir, a insistir, para que os mais favorecidos ajudassem suas obras. Ninguém conseguia deixar de atender ao seu apelo. Com uma forte personalidade, liderança nata e incrível capacidade de trabalho, era convincente, a ponto de fazer com que os mais avarentos abrissem as mãos. E como trabalhava!... Como sabia mandar e exigir! Aos poucos foi construindo a igreja e as dependências anexas. Preocupava-se, não só com a religião, mas, com a educação e assistência social, sem se descuidar dos esportes e lazer. Padre Aldo, imenso gigante, batalhador incansável, não se conteve na ânsia de levar a religião e a educação a outros bairros.
Erigiu igrejas, semeou escolas, criou oficinas, grupos de assistência, fez com que todos encarassem a religião com mais seriedade e saíssem do marasmo e da comodidade para ajudarem o próximo. Enérgico, bravo, objetivo, dizia exatamente aquilo que queria, sem se preocupar se estava ou não ferindo a sensibilidade de alguém. Talvez tenha até exagerado o zelo para com as pessoas. É certo, porém, que ninguém leva dele mágoa alguma, pois, “corrigir”, para ele, significava “querer bem”. Que outros gigantes, farão o que Padre Aldo, vindo de plagas distantes, fez por nossa terra? Hoje podemos falar, com respeitoso orgulho, da sua vinda a Bragança, quando incrementou o desenvolvimento do Bairro do Matadouro.
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